Olá, queridos!
Morar na
Europa é conviver com distintas culturas no mesmo metro quadrado. Sei que no
Brasil temos muita diversidade cultural, mas as características de cada povo já
estão tão plasmadas em nosso sangue que nem nos damos mais conta das
diferenças. Um dos povos que mais chama a atenção, especialmente pelo que diz
respeito as vestimentas femeninas, são os seguidores do profeta Maomé.
Na Espanha, a imigração oriunda dos países islâmicos se faz presente em muitas cidade e Madri, por ser a capital, concentra o maior número de habitantes desta religião. Em recente estudo publicado pelo "Observatório Andalusi", constata-se que a metade vem do Marrocos, seguidos por paquistaneses e senegaleses; e que os mulçumanos representam 3% da população espanhola. Desta forma, não é possível falar de uma identidade única entre esses muçulmanos.
Em Madri, os muçulmanos se concentram principalmente no bairro de Lavapiés sendo comuns os açougues especializados em vender carne abatida segundo o preceito islâmico e as lojas de doces de amêndoas. De todas as maneiras o lugar não chega a ser um gueto, pois foi também o bairro escolhido pelos indianos para morar e vemos lado a lado restaurantes indianos e africanos, por exemplo.
Outro bairro que concentra a população muçulmana é Cuatro Caminos onde se fica a mesquita central. É um prédio simples, de quatro andares, onde também funciona um açougue, creche e biblioteca. O edifício foi concluído em 1988 quando não havia a paranoia de associar todo muçulmano ao terrorismo. Além dela, existe a "mesquita da M-30", pois uma das entradas está voltada para esta rodovia, em cidade Lineal (apesar do nome trata-se de um bairro madrilenho), onde funciona o Centro Cutural Islâmico. Outro polo cultural em Madri é a Casa Árabe, que assim como suas congêneres "Casa de América" e "Casa Ásia", tem como objetivo promover exposições, debates, festivais de cinema e a literatura desses países.
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Como é a convivência dos muçulmanos e espanhóis? Bem, quase a metade já é espanhola, pois já nasceu aqui. No entanto, isso não basta para serem aceitos pelo resto da sociedade e claro que existem muitas reações em contra a esta comunidade por parte dos espanhóis e de outros grupos. Com a crise, a animosidade tende a aumentar, pois as oportunidades de emprego diminuíram para todos, nacionais ou imigrantes. Entretanto, parece sintomático que ultimamente, qualquer comunidade islâmica que deseja ampliar sua mesquita tem sempre a permissão negada ou postergada pelos motivos mais variados. Um eco da vida pós 11/09 e pós 11/03 que ainda pesa na Espanha.
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