Agora que a cegonha está de viagem marcada para nossa casa chegou a hora de contar um pouco como é o sistema de saúde em Madri. Preparados ?
Vamos lá. Vou contar como está sendo nossa experiência com o SUS madrilenho.
Em primeiro
lugar, o básico. Tenham em conta que vou contar a minha experiência madrilenha
porque aqui tudo muda de uma comunidade autônoma para a outra. E mais ainda:
será o relato de alguém de Madri capital e não de Niterói. Vou fazer algumas inevitáveis
comparações com a pátria amada, mas serão injustas porque nunca tive filho no
Brasil.
Bem, em
segundo, deivo explicar como funciona o sistema público de saúde aqui. Todas
as pessoas, inclusive as ilegais, têm direito a tratamento médico gratuito. No
mínimo, à emergência. E todo ser humano até os 18 anos não paga por isso.
Depois, paga-se através dos impostos. Ah! Aposentado tem direito a remédio
gratuito, assim como outras categorias como doenças crônicas, família numerosa,
pessoas com alguma deficiência, etc.
Em qual faixa
nos enquadramos? Toda pessoa, inclusive os estudantes e até os ilegais, quando
chegam à Espanha, devem se “empadronar”. O “empadronamiento” é um registro
junto às “subprefeituras” para saber quantas pessoas vivem naquela área e aí
designar seu posto de saúde, escola pros filhos e local de votação. Nós fizemos
isso em Alcalá e Madri. Depois se apresenta um contrato de trabalho (permanente
ou temporal) para provar que você contribui com alguma coisa ao sistema e estão
abertas as portas da saúde publica. Aí estamos nós.
Em seguida, você
recebe em casa seu cartão de saúde com o endereço do seu posto. Vai lá (ou faz o
tramite pela Internet), escolhe o horário preferencial e se o médico será um
homem ou uma mulher. Se você não declara a preferência os homens são atendidos
por médicos e as mulheres por médicas. Só não é possível escolher o (a)
enfermeiro (a). Uma ressalva madrilenha: aqui é possível escolher o centro, o
médico de cabeceira e o especialista de sua preferência. Ou seja: se você não
está satisfeito pode procurar outro. No entanto, o critério inicial é sempre a
proximidade com a sua residência.
O tamanho do posto varia conforme o tamanho do
bairro, porém todos tem análise clínica, sala de curativo, pediatra, etc. O
nosso é muito bom, mas como moramos em bairro de velhinhos, já deu pra imaginar
a fila, né? Hehehehe. Brincadeira. Nunca precisei mais de uma semana para
marcar hora e nem fiquei mais de 15 minutos esperando por uma consulta.
Enfim. O
sistema de posto e médico de família funciona assim: qualquer consulta com um
especialista tenho que passar antes pelo meu médico de cabeceira. Qualquer
mesmo! Até para ginecologista tenho que ir lá e pedir a consulta. Aí, a minha
médica faz o pedido e alguém me liga pra informar quando e onde será a
consulta. Não entenderam? Eu repito: sim, alguém me LIGA. Essa é a parte chata por que não tem muita negociação quanto
ao dia, mas nem tudo é perfeito.
Aguardem pois em breve publicarei o próximo capítulo !!
Nenhum comentário:
Postar um comentário